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Mostrando postagens de março, 2017

Pessoa (Paraíba, João, São, Fogueira[s])

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Pessoa (Paraíba, João, São, Fogueira[s]) Soa a pessoa que assoa, E o espírito de Fernando, é n'outa pessoa?... Sobre mim, que sou mulambo, ecoa o verso e Res-ssoa, zoa Eterno... Trapo de lã, sapato velho, poeta perdido, Partido: um coração ferido, Que se co-funde no tempo-espaço: Mil anos, um dia desses, um momento... Estendido tapete D'um niceno convite que te faço em Folha verde, verdadeiro verso. Dos deuses sólidos, bólidos de carbono Quatorze vezes transparência. Divergente, [converge-em-im] o teu sexo-fenda E, com volúpia, sugo o teu ato No momento exato em que O ébrio, assoa o tédio de [si menor] que eu. Num mato, sem cachorro e sem coelho, O poeta retorna ao espelho De aço e de palavras profundas no regaço. Poeta-escaravelho! Poemas são perfeitos como pedras e Concretos como Ísis.  Tao, tão, "tou", sim e não Felizes como a fera, animal-irmão . Curtir
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A idiotice da culpa Dúvida... Como poderei realizar O projeto de latências e pendências Disso o que sou: Amontoado de impotências de potências em ato De mensuras e desmensuras? Do sentimento visceral Parte uma onda de agonia discreta Que percorre toda a extensão dos intestinos. O sentimento de culpa é pendente, Decadente, assim, também, é o homem que o sustenta. Na idiotice da culpa se mostra a total vileza dos  Humos-humanos. A mortalidade a ebulir-se do cadáver, Vaporizada na fraqueza do tosco, Revela o desgosto de um pobre moço Que não entende só ter culpa, o que se culpa. O sentimento é a multa De quem se sente ofendido Por ter reagido a uma ofensa Indiscreta e pública. A mesmice incomoda Quando a tolice transborda o cálice Das idiotices incontidas e medonhas Enquanto a mente reclama por uma reação Mais ágil e menos tacanha. Idiota, pamonha! Mediante essa burrice tamanha e Empedernida na vil mediocridade, Sob a idiotice da culpa, Repousa toda imaturidade

Dinâmicas do Vazio Aparente

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Restos mortais de agosto 31-2016 (19:51 h.) Esgotos de Maurício de Nassau! Já é morto o São Francisco relutante: Eu, fogueira de Santa Maria, Chá de cipó moído-jagube-mariri, folhas Flores e brotos... 16 anos de solidão. Ouro Preto-prata, marfim e pedras preciosas. Nenhuma é Paraíba, turmalina-neon em Corpo imortal de diamante, adamantino? Hari Om Tat Purusaya! Om Namo Narayana! Dragões de jade e um Jedi, Rococó alcoolizado no Barroco. A Roda da Fortuna a plenos Vayus e pulmões. Nesse estado de Smirnoff Eu-Yagé:  sou você, eles e esse amanhã ansioso  No hoje de incontáveis feitiços. Por Zenom - O Príncipe dos poetas velhos.
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Lista de compras - Para Daniely Bozi Há muita riqueza Nesses pobres versos que te escrevo, Assim como empobrece a beleza dos teus olhos,  Nessa tua timidez que me angustia Porque eu quero muito mais de ti, muito mais... Quero mais apego e mais quero o Teu abraço e o gosto do teu beijo. Eu Quero tua boca por empréstimo temporário e sempiterno. Quero te deliciar, deixar-me Dominar pela fome de fruta madura. Tens menos de vinte anos, Mas eu te vejo eterna em meus desejos mais secretos. Não temo a concorrência porque os teus olhos já me aclamam vencedor. Teu desejo se desperta tímido e preguiçoso rumo à luz do Sol-Eu-Sou. A tua pele se tornará em ouro pelos meus raios e, irás às raias do divino. Loucura, Quando toco a tua tez com suavidade e parcimônia monásticas? Minha teologia adentrará no teu convento, Eu e meu varão, incenso puro; Purifico a dor, puro e purificador. Sou a lei do teu desejo e o brilho em teus cabelos, Sou teu outro, quem os vejo. O que já é teu por di
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Eu-hoje dei-me conta do que me falta: Alguns dentes, um carro possante e uma noiva decente. Ainda quero, do pouco, muito pouco e, Do nada, quase nada... O céu cria, o céu resolve! Mas, Eu-com-as-entranhas dou-me falta do pouco, Muito pouco, pouquinho-de-nada: QUASE NADA Nada-quase-nada! No sufoco vê-se muito pouco A afundar nas águas da enxurrada. E agora! Vou beijar-te a boca de afogada e fim.
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O mundo que eu vejo e que me vê  Eu sou gratidão, Deus! Agradeço aos olhos meus. Posso, enfim e ao menos, admirar-me. Que maravilha é Ter olhos e ver... Não ser assim, tão comum. Olhos videntes, viventes, Viajantes da vista: Mundo real, Incomum...? É o que eu vejo Meu espírito, meus olhos, Minha vida, Em tantos vejo: Vidas se acabando... Sinto o amor que me toca E o temor sufoca. Embora eu não veja motivos Para essas linhas tortas, Que ditam verdades  - Mas, afinal, quem mais se importa? - Natureza quase-morta, Natividade decomposta. Uma vida que recobra a consciência Na dureza dessa lida, Apaixonada e infringida, Olhos que eu tanto gosto e que tão poucos olham!  Ocupados Não enxergam mais do que as suas vendas! Mal percebem, tensamente, as suas veias, Minhas incontáveis sendas...
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O ouro de uma vida Vida, quem és? Morte, onde estas? Veja bem mocinha, A natureza em seu esplendor: As duas faces da mesma moeda, as Duas pepitas do mesmo ouro. (Finalmente, a moçoila desperta!) Agora, enquanto todos vão morrendo, eu me pergunto: Será, isso  tudo, Algum tipo de piada? Todos estão morrendo! Que podemos ainda querer Vivos nesse mundo mortal?
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Amargas verdes-idades Humanidade em decomposição pela idade: Revelam-se, Na odiosa experiência do choro,~ Amargas verdades: Essa vida é como um bolo Muito creme, amendoim e chocolate. Come-se muito, segue-se ao enfarte. É descoberta de sabores No estampido de sublimes amores, É o crescimento em dores, Temores que promovem valores. Na visão escura do cego, há contrastes. Cores que brilham sem luzes. Sensibilidade... Banho de sentimentos expressos pelo tato, Um importante elemento que redescobre O olfato. Velho cego, Recupera a tua visão! Desnuda-se imponente à vista, Os olhos da ave e os do alpinista. Ao pianista, a vida material é superação, Antonímia da fúria, Amor a mostrar-se remontando o encaixe, Motivo, sentido outrora perdido. É o supremo embate, Prova substancial do divino, Nossa fé isenta de rabinos. Descobre-se o reino a partir de seus reinos. Vê-se a rever-se e a perder-se. Isso é o que nos faz saber Que, sobre a vida so
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Alma rasgada de vexame É uma sensação dúbia, essa que eu sinto Enquanto ajunto os versos e me vou Costurando: A minha alma rasgada de poeta. Sensação de pesar e êxtase, Fundidas a um só tempo e Nessa mesma alma rasgada. Pensar numa fama futura Faz surgir a ideia mediada Dessa morte tão presente. A boa poesia é a dos poetas mortos, Do espírito, que retorna à história, Na potência espantosa dos versos e Evocados do caos de uma alma rasgada. Eis a última revisão da poesia Adornada pela vida que se foi. É chegada a fama e o sucesso Ao seio do “homem-para-além-do-humano”. O poeta está morto! E, rasgada de vexame, a sua alma, Nas páginas do livro e do consumo. É morto o poeta! E o adubo que ainda resta Fará renascer Essa indestrutível fera do mito.
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Causa sem Causa/Caos em causa/causem a causa! Descendo a ladeira, a Eterna ladeira, Como um rio que vai ao mar. Sem eira nem beira, Vou descendo essa arcaica ladeira. Vou... Em meus olhos mortos Por uma causa sem causa ... Foragido no negrume desses olhos e Na tinta vermelha dessa minha pena vou Descendo a ladeira Sem lanterna e sem candeia. Os nossos sepulcros: Causas sem causa, Tempo futuro e fim dessas águas Que correm a frio, São águas de rio Que correm ao mar. As nossas estradas, São como a das lágrimas Que correm no rosto, Descendo a ladeira e A causa de tudo É mesmo sem causa, Sem tempo futuro Ou passado a afirmar. Poderosos portentos, riachos em queda Na eterna ladeira a caminho do mar. Grande é o gigante e maior é a sua queda. Negros olhos mortos, descendo a ladeira Suspiram o prenúncio da chegada.
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Relógio mental Vive o animal no homem e ambos no tempo, A mente eterna, Semelhante ao vento no evento. Urge a esperança na guerra E a paz é inevitável conseqüência Do tormento e da ausência, De algum calor humano que nos alenta. Negue o inconsciente e suas potências, - Se for capaz de tal demência - Qual Quixote em sua terra, Ergue–se do nada, o sono, Cobrindo de luz, o sábio e Cobre-se de nada... Cingido do tempo, Sua luz se apaga E se reacende, porquanto não pára, De se ver morrendo, enquanto a vida se refaz, A cada instante mais rara.
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A ilusão de uma paixão rápida. Eu estava absorvido em meu mundo, Quando ela passou pela calçada, Com aquele jeito todo especial de levar o corpo. Jeito de mulher jovem, viçosa e carente, Desconhecedora do seu potencial de amazona, E do estrago provocado pelo mover das suas curvas. Aquela calça branca e justa de pernas curtas, E a blusinha de malha cor-de-rosa, Ocultavam dos maus/meus olhos, seus tesouros... Tudo isso durante um vislumbre que durou Pouco mais de dois segundos. Antes que eu piscasse os olhos Fluiu da musa, uma intensa inspiração. Fui atingido em cheio pela necessidade da fuga, Cavalguei nos versos e, a galope, risquei o asfalto quente. Três e trinta da tarde. Arde o sol e a ilusão de uma paixão rápida... A fantasia que em mim jazia ainda jaz. Talvez, noutro dia eu supere Essa decepção tão minha quanto fria. Ei, musa cor-de-rosa e de blusinha, me espere! Avia!