TERRA BRASILIS: UM BANDO DE BUNDAS

Quero fazer fortuna sem usar a bunda
Pois já estou bem farto desta síndrome
E isso muito me importuna
Tem bunda redonda, bunda-coração
Bunda murcha, bunda de avião
Gente desbundando
É tudo que aqui se inventa
Há bandos de bundões
A própria bunda se altera,
É siliconada, bunda mutante
Assim ninguém agüenta
Já temos bunda até da besta-fera
São inúmeras bundas em muitas telas:
Bundinhas brancas, amarelas...
No país da buzanfa
A ordem é desbundada
Em qualquer instância do estado
O traseiro sempre o fora deificado.
Rebola brasileirinha,
Mostra a tua bundinha;
Remexe a redundância
Quem sabe de ti, não se encanta
Esse rico gringo, o tio Samba
Que tanto te namora
Ainda que à distância.
Ah! Belo rabo Brasilis
Tua imagem é qual grande cauda
Desde muito tenra
Trazias o rabo em lugar de cara
És a nossa terra e, por certo,
És rara
Aqui se dá bunda até em banda de lata
Ah! Terra carnavallis, que desiderata
Bunda à vista! Bunda de Vera Cruz
Mocambos e palafitas
Cruz credo!
Nosso credo é sem nenhuma luz.
Vou-me a fazer fortuna
Sem usar uma bunda
Quero ser cabeça que nunca redunda.
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