Os olhos das paredes

Ao gosto de Augusto dos Anjos,
Deixei-me levar àquela festa
Na garupa da fumaça, caçamba de carro-Pampa.
E me fui...
Rio adentro, mata afora...
Desci a ladeira e subi o morro,
Cobri vãos de escadas até o topo.
O melhor da festa foi sombrio:
O assombro de alguém extasiado
Que se via, na parede, amalgamado.
E não mais sentia a si mesmo.
A parede o tomara, em sua mente.
Sob o cânhamo do efeito estridente -
Bangue, cânave, diamba -

Os seus olhos não mais se viram
Mas,
As suas lentes, na parede, refletiram...
Fim de noite e de festa, fim do riso e do pânico.
Finalmente nos perdemos nas entradas
Daquela festa que era, em vida, 
Um quase-nada.

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