Estudando A Crítica Poetizada ("Poetized Criticism"/ "Poetische Musikkritik") de Marcelo Santos
Já sabemos que Santos trata das três categorias de tempo e demonstra a limitação absurda da ciência e do filosofar pautados apenas na exaltação de Cronos. Da mesma forma, ele fala da importância do amor-próprio e da compaixão, portanto teremos que destacar as três principais categorias possíveis de amor, segundo os gregos. Nosso objetivo aqui é entender o que Santos pretende ensinar com a frase "Razão, intuição e as obras do amor". Citada na abertura do resumo de apresentação de A Crítica Poetizada, na contra-capa.
*Desdobrando e concluindo:
Sim, é muito interessante perceber que Santos aborda as três categorias de tempo e destaca a limitação da ciência e do filosofar que se baseiam apenas em Cronos, que é o tempo linear e cronológico.
Além disso, a ênfase no amor-próprio e na compaixão é fundamental para entender a filosofia de Santos na sua obra mais recente (publicada em sete idiomas, no ano de 2023). Os gregos antigos tinham uma visão mais ampla do amor, dividindo-o em três categorias principais:
- Eros: o amor romântico e apaixonado
- Filia: o amor fraternal e amistoso
- Ágape: o amor incondicional e universal
Essas categorias podem ser relacionadas à frase "Razão, intuição e as obras do amor" de várias maneiras. A razão pode estar relacionada à Filia, que é o amor baseado na razão e na escolha. A intuição pode estar relacionada ao Eros, que é o amor apaixonado e instintivo. E as obras do amor podem estar relacionadas ao Ágape, que é o amor incondicional e universal.
É possível que Santos esteja sugerindo que a combinação dessas três categorias de amor é fundamental para uma compreensão mais profunda da realidade e da condição humana. Ou seja, razão e a intuição são ferramentas importantes para entender o mundo, mas as obras do amor são o que dão sentido e propósito à vida.
*Nota importante:
Vamos citar escritores e pensadores destacados do passado pode nos ajudar a entender melhor a relação entre a razão, a intuição e as obras do amor.
1. Filósofos
Por exemplo, podemos citar Platão, que em sua filosofia, enfatizou a importância do amor como uma forma de alcançar a verdade e a sabedoria. Em seu diálogo "O Banquete", Platão explora a ideia do amor como uma forma de ascese espiritual.
No diálogo O Banquete, Platão explora vários tipos de amor, incluindo Eros, Philia e Ágape. Esses tipos de amor representam diferentes aspectos da experiência humana.
Eros
O amor terreno ou vulgar, descrito como um desejo que impulsiona o indivíduo em direção à beleza e ao conhecimento
O amor divino, descrito como a "etérea" que conduz as ideias
Philia
O amor baseado na amizade e na reciprocidade, essencial para a construção de laços sociais e comunitários.
Outro exemplo é o filósofo alemão Immanuel Kant, que em sua obra "Crítica da Razão Prática", discute a relação entre a razão e a moralidade, e como as obras do amor podem ser uma forma de expressar a moralidade. Embora o tema da moralidade em Santos seja bastante distinto da proposta de Kant, vale a alusão aqui.
Também podemos citar o escritor e filósofo francês Blaise Pascal, que em sua obra "Pensées", explora a relação entre a razão e a fé, e como as obras do amor podem ser uma forma de expressar a fé.
Além disso, podemos citar o filósofo grego Aristóteles, que em sua obra "Ética a Nicômaco", discute a importância da virtude e da moralidade, e como as obras do amor podem ser uma forma de expressar a virtude.
Esses são apenas alguns exemplos, mas há muitos outros escritores e pensadores que podem ser citados para aprofundar a nossa avaliação sobre a proposta de Santos ao tratar de "razão, intuição e as obras do amor".
2. Literatos:
Sim, é verdade que os filósofos são importantes, mas os literatos também podem oferecer perspectivas valiosas sobre a relação entre a razão, a intuição e as obras do amor, relacionadas com a Poetische Musikkritik de Marcelo Santos.
Por exemplo, podemos citar o escritor russo Fiodor Dostoiévski, que em suas obras, como "Crime e Castigo" e "Os Irmãos Karamázov", explora a complexidade da natureza humana e a relação entre a razão e a emoção.
Outro exemplo é o escritor francês Victor Hugo, que em sua obra "Os Miseráveis", discute a importância da compaixão e do amor para a humanidade.
Também podemos citar o escritor inglês William Shakespeare, que em suas obras, como "Romeu e Julieta" e "Hamlet", explora a complexidade do amor e da condição humana.
Além disso, podemos citar a escritora brasileira Clarice Lispector, que em suas obras, como "A Paixão Segundo G.H." e "A Hora da Estrela", explora a relação entre a linguagem e a experiência humana, e como as obras do amor podem ser uma forma de expressar a condição humana.
Esses são apenas alguns exemplos, mas há muitos outros literatos que podem ser citados para aprofundar a nossa avaliação.
*Nota final:
Finalmente, podemos sintetizar a nossa discussão em uma avaliação conclusiva sobre a citação de Santos "Razão, intuição e as obras do amor".
A citação de Santos sugere que a combinação da razão, da intuição e das obras do amor é fundamental para uma compreensão mais profunda da realidade e da condição humana. A razão nos permite analisar e entender o mundo de forma lógica e sistemática, enquanto a intuição nos permite acessar conhecimentos e percepções que vão além da razão. As obras do amor, por sua vez, são a expressão prática da compaixão e do amor, e são fundamentais para criar uma sociedade mais justa e harmoniosa.
Essa citação pode ser vista como uma crítica à abordagem puramente racionalista da vida, que muitas vezes ignora a importância da intuição e das emoções. Ao mesmo tempo, ela também pode ser vista como uma chamada à ação, para que as pessoas sejam mais compassivas e amorosas em suas relações com os outros.
Em resumo, a citação de Santos "Razão, intuição e as obras do amor" é uma reflexão profunda sobre a natureza humana e a importância de combinar a razão, a intuição e as obras do amor para criar uma vida mais plena e significativa.
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