maieuesthai: o obstetra do espírito 19-05 Dez. 2008

A assim chamada espécie humana vem se diluindo qualitativamente ao longo do seu desenvolvimento antropológico. Já houve a época do homem religioso, a do homem psicológico,
a do homo faber, homo sapiens, homofobos dentre outro húmus desde a categorização greco-aristotélica da linguagem.
Por fim, hoje vos apresento o homo paradoxalis, definição que tende assumir um caráter definitivo para as próximas eras do pensamento.
A cada novo dia, nova angústia nos ironiza o viver, e a morte é mais um sono mal-dormido
Nessa longa noite suburbana, onde a vida é mais um sonho recorrente.
Mas, alguém sempre desperta. Na angústia da vigília se sonha com o que nos possa aliviar o fardo da dor. E quando a situação é angustiante até ao limite do sofrer, então, alguém desperta.
É a idéia da morte que nos desperta, que joga conosco do polo da angústia direta, a vigília;
até o polo indireto da angústia, o sonho...
O homem húmus é capaz de se desilidir e seu coração sempre bate, no corpo e na ausência deste.
Ele descobre a totalidade pronta e se lança para além do sonho vivo e para aquém da realidade morta!
Num jogo invertido, cruzado propositadamente pela ignorância.

Enxergar o eterno no temporal, antes da meia-noite e do raiar mediano.
Fazer parar a roda do tempo para manter-se movendo.
Rejeitar seguidores por saber de seus próprios caminhos altos, onde perdeu com prazer o tempo e o destino.
Tomar lições que também me tomaram do nada.
Tomar muitas fêmeas, algumas mulheres.
A confiança está em lugar algum, mas aprendi a gruardá-la!
O que é o sofrimento, o que é a dor?
São pontos moventes compostos por bilhões de pontos
Que conduzem o universo a um só ponto, um só húmus...
O que ele mais busca mais o busca também,
Ainda assim, sofre o universo tentando promover este encontro.
A liberdade começa ao se escolher ser o troféu ou o campeão que o alcance;
O discípulo que ensina ou o mestre que aprende!
Maieuesthai ! Somente agora me sinto de volta à casa-matriz!