PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA RELIGIÃO

ÁREA: religião COMPARADA e PERSPECTIVAS DE diálogo

LINHA DE PESQUISA: RELIGIÕES E FILOSOFIAS DA ÍNDIA


MARCELO SANTOS

projeto de pesquisa

 

Através do Olho de Shiva:

Elementos da tradição Tantrika para superação do Pior dos Mundos Possível



 

Juiz de Fora, 2012.

  1. DELIMITAÇÃO DO TEMA

 

            Este projeto de pesquisa visa a delinear um modo de viabilizar uma possibilidade de diálogo entre o pessimismo metafísico germânico com a tradição Tantra, isto é, com propostas oriundas dos escritos desta tradição no que tange à superação do sofrimento humano e da dualidade da consciência.

            Para tanto, o elemento teórico central, aqui, é a noção de Olho Cósmico da mística filosófica que, na tradição indiana em foco, e para o interesse deste projeto de pesquisa, corresponde com a noção de Olho de Shiva - dadas as naturais variações culturais e de época que cada uma destas noções assume a seu modo. Mas, isto não as torna inconciliáveis, pois, em ambos os casos se trata de um modo de ver (uma visão muito peculiar do mundo) independentemente de épocas e de variantes culturais.

            Em ambos os casos o que nos guiará será a natural supremacia do modo intuitivo sobre o modo subjetivo de conhecimento do mundo, naquilo que se referir à superação do sofrimento.

            Sabemos que Tantra diz respeito a uma tradição bastante complexa e plural; por exemplo, há alguns que se relacionam com o Budismo Vajrayana, outros, com as tradições Shivaistas e outros, ainda, oriundos das tradições do Yoga/Samkhya. A futura tese poderá considerar essa variedade sempre destacando, dela, o elemento comum, isto é, o modo de ver o mundo e as perspectivas de superação do sofrimento (a maneira tantrika de encarar o que Schopenhauer chamou de ‘as dores do mundo’).

            A tradição Shivaista será a base donde partiremos, sempre que a visão de mundo proposta pelo pessimismo metafísico germânico for confrontada.

            Para efeito de foco recorreremos a priori ao Vigyan Bhairav ​​Tantra (विज्ञान भैरव तन्त्र) que é um texto chave da escola Trika do Shivaísmo da Caxemira e é apresentado como um diálogo entre o deus Shiva e a sua consorte Shakti, em 112 versos onde são descritos os métodos de meditação e as técnicas de concentração mental (Dhāraṇā). Eles incluem diversas variações sobre a consciência da respiração, concentração em vários centros do corpo, a consciência não-dual , a Yapa, imaginação, visualização e contemplação através de cada um dos sentidos.  

            Trata-se de um capítulo do Rudrayamala Tantra, um Agama Bhairava no qual Deví, a deusa, pede a Shiva que revele a essência do caminho da realização da realidade mais elevada. Em resposta, Shiva descreve as 112 formas de ingressar no universal e trascendental estado de consciência.

            Esse texto apareceu  em 1918 no Kashmir Series of Text and Studies (‘’KSTS’’) que o publicou em dois volumes. O primeiro com um comentário de Kshemaraja e  Shivopadhyaya e, o outro, com um comentário, denominado Kaumadi, de Ananda Bhatta.

            Foi introduzido no Ocidente por Swami Lakshman Joo, cujos contribuintes ocidentais incluem Miguel Serrano e Paul Reps. O último extendeu a atenção ao texto propondo uma tradução em Inglês, no seu popular livro  Zen Flash, Zen Bones.

            A tradução de repetições foi o tema de um volumoso comentário de Osho. Várias outras traduções e comentários tornaram-se disponíveis desde então.

            Referencias a isto aparecem em toda a literatura do Shivaísmo de Caxemira, o que indica que este foi considerado como um importante texto desta escola monista de filosofia indiana.

            Essa consciência não-dual de que trata o Vigyan Bhairav ​​Tantra é imensamente próxima daquilo que, na metafísica do belo, ocorre com a consciência humana após a superação do principium individuationis. Contudo, será relativamente irrelevante a influência direta ou não da tradição indiana em Schopenhauer. O que interessará será a possibilidade de desenvolvermos uma crítica da abordagem schopenhaueriana da cultura indiana via Vedanta. Os demais elementos metafísicos de convergência, cuja viga mestra identificamos aqui: a noção de Olho Cósmico / Olho de Shiva, nos permitem intentar um diálogo desse natureza, por mais estranho que possa parecer, pois, antes de tudo, será destacada a relação de Schopenhauer com a cultura indiana, na qual se insere a tradição Tantra.

            Desse modo, será viável apresentarmos uma perspectiva crítica da tese schopenhaueriana do pior dos mundos possível e isto emergirá, necessariamente, de nossa investigação dos encaminhamentos paralelos pesquisados no Tantra em escopo.

            Trata-se, portanto, de uma proposta de avaliação crítica do discurso schopenhaueriano, a partir dos princípios enunciados na metafísica do belo. Princípios estes, que encontrarão aproximações viáveis no diálogo com a tradição Tantra como já o evidencia, o par conceitual por nós apresentado: Olho Cósmico / Olho de Shiva.

            Haverá, portanto, uma dialógica entre a abordagem do Vedanta feita por Schopenhauer. Nesse sentido, tal abordagem poderá ser criticada a partir de elementos dos  tantras. A crítica insidirá sobre a apropriação da tradição indiana por Schopenhauer (motivação central). Contudo, esta crítica se extenderá no sentido de propor uma superação da tese do pior dos mundos.

            Embora a tese tome por ponto de partida o pessimismo metafísico de Arthur Schopenhauer, ela não pretende ser uma tese exclusivamente sobre O mundo como vontade e como representação - uma vez que a crítica a ser feita deverá ser capaz de propor, por meio da investigação de elementos da metafísica comportamental do Tantra, ao menos uma via que possibilite uma alternativa contrária ao pessimismo metafísico - que se valeu de elementos de uma ocidentalização do Vedanta para fortalecer seus argumentos em defesa da tese do pior dos mundos possível.

            Há muitas traduções e comentários do Vigyan Bhairav Tantra, a saber: 1957 Paul Reps – Zen Flesh, Zen Bones. 1961 Lilian Silburn – Le Vijnana Bhairava. 1972 Osho – El Libro de los Secretos. 1979 Jaidev Singh – Vijnana Bhairava or Divine Consciousness. 1997 Swami Muktananda Nothing Exists that is not Shiva. Commentaries on the Shiva Sutra, Vijnanabhairava, Gurugita, and other Sacred Texts. SYDA Foundation, New York, NY ISBN 0-911307-56-7 2002 Bettina Baumer – Vijnana Bhairava, The Practice of Centering Awareness. 2003 Swami Saraswati Satyasangananda – Sri Vijnana Bhairava Tantra: The Ascent. 2007 Swami Lakshmanjoo – Vijnana Bhairava, The Manual for Self Realization. 2010 Dmitri Semenov - Vijnaanabhairava or Techniques for Entering Liminal Consciousness. E, há mais referências suficientes para fundamentar os estudos no futuro, a saber: 1. Paul Reps, Zen Flesh, Zen Bones, A Collection of Zen and Pre-Zen Writings (ISBN 0-8048-0644-6); 2. Osho, The Book of the Secrets, Gaia Ediciones, ISBN 8484450503, ISBN 9788484450504; 3. Vijnana Bhairava – The Manual for Self Realization, ed. John Hughes. Contents pp. vii-xi; 4. «Mutktabodha Institute». Consultado el 16-02-2008; 5. Paul Reps, Zen Flesh, Zen Bones: A Collection of Zen and Pre-Zen Writings (New York: Anchor Books, n.d.) ISBN 0-8048-0644-6; 6. Le Vijnana Bhairava. Texte traduit et commente par Lillian Silburn. (Publications de l’Institute de Civilisation Indienne, serie in 8, fascicule 15). Paris, 1961.ISBN 2868030157; ISBN 978-2-86803-015-3; 7. Gaia Ediciones. ISBN 8484450503, ISBN 9788484450504; 8. Motilal Banarsidas, New Delhi, 1979. ISBN 0-7914-1073-0, ISBN 0-7914-1074-9; 9. Indica Books, Varanasi, 2002. ISBN 81-86569-35-9; 10. Bihar School of Yoga, 2003. ISBN 81-86336-32-X.; 11.↑ Revealed by Swami Lakshmanjoo, ed. John Hughes, Universal Shaiva Fellowship, Los Angeles, 2007.; 12. Sattarka Publications, 2010. ISBN 978-0-578-06042-2)

1.1.2.      CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES SOBRE A METAFÍSICA DE SCHOPENHAUER

 

1.1.3.      O conceito de Olho Cósmico da mística

 

Para Jacob Boehme:

“A sabedoria permanece diante da Divindade como seu reflexo ou espelho, onde a Divindade se mantém e nela repousa o reino divino da alegria e da vontade divina, ou seja, as grandes maravilhas da eternidade, que não tem começo nem fim, nem número, mas tudo é um eterno começo e um eterno fim, e juntos assemelham-se a um olho que vê, onde, contudo, não há nada a vista, ainda que a vista surja da essência do fogo e da luz.” (In J. Boehme, A encarnação do verbo, I, 12).

É sabido que, enquanto indivíduos, todos nós dispomos apenas do conhecimento regido pelo princípio de razão. Na filosofia de Arthur Schopenhauer, por meio desta categoria de conhecimento não podemos conhecer as Ideias, pois, para tanto, teremos de nos elevar do conhecimento das coisas particulares à intuição estética do mundo, e deverá ocorrer em nós uma mudança similar e correspondente àquela grande mudança que ocorre na natureza total do objeto mediante a qual, o sujeito, enquanto conhecedor de uma ideia, já não mais é indivíduo, mas, tão somente, puro sujeito do conhecer. Ou seja, neste estado se erradica a dualidade da consciência (o paradigma ser objeto para um sujeito, por exemplo).

Na Metafísica do Belo, o artista cria com base nesse conhecimento objetivo,[1] isto é, o que atinge uma ideia. Desse modo, sua obra de arte é o médium, o meio facilitador, importante acessório para o conhecimento da essência da beleza neste mundo, e a sua genialidade é a capacidade de proceder de maneira puramente objetiva mediante o entusiasmo da vontade desinteressada, propiciadora do estado genial ou puro sujeito que conhece. A isto podemos denominar, ainda, como o claro Olho Cósmico, numa alusão de Schopenhauer a um termo famoso na mística[2] filosófica alemã e que se assemelha à noção schellingniana de intuição intelectual eterna. [3]

Em Schopenhauer, a filosofia pôde ser entendida como um tipo de conhecimento mais afeito à arte que ao modo científico de conhecer o mundo. Nele, o gênio artista não busca realizar-se como indivíduo na história, mas, apenas, como sujeito do puro conhecer, o que possui um modo muito peculiar de apreender e sentir a realidade, ele possui o olhar interior, um equivalente do Olho cósmico da mística.[4]

Digo: a essência do gênio é a capacidade de apreender nas coisas efetivas suas Ideias, e, visto que isso só pode ocorrer numa contemplação puramente objetiva, na qual todas as relações desaparecem – em especial as relações das coisas com a própria vontade somem da própria consciência -, então o gênio também pode ser definido como a objetividade mais perfeita do espírito, isto é, a capacidade de proceder intuindo puramente, de perder-se na intuição, de abandonar o conhecimento a serviço da vontade, isto é, de perder de vista seu interesse, seu querer seus fins, de desfazer-se de sua personalidade e permanecer como puro sujeito que conhece, claro olho cósmico. É justamente essa capacidade que diferencia o gênio do homem comum.[5]

Para Schopenhauer, o mundo da representação, ou seja, da imagem, objeto da arte, é o mundo da Ideia ou da verdadeira realidade, o mundo da visão. Nenhum sentido humano possui maior objetividade que a visão. Os demais sentidos, principalmente: o olfato e o paladar são apresentados na Metafísica do Belo como os sentidos subjetivos por excelência. Mas, “O olho (...) é o único sentido puramente objetivo, que serve exclusivamente ao conhecimento, sem que a sua sensação estimule de imediato à vontade. Destarte, ocorre que a visão da luz, ou seja, o estímulo da atividade sensória do olho, já nos alegra espiritualmente de imediato e por si mesma.” [6]

Portanto, no plano da visão, da representação e das imagens se desvela a Ideia a partir da intuição estética que é: a visão desvinculada de todo e qualquer apelo do mundo da Vontade.

A visão é o único sentido puramente objetivo, ela é o modo de conhecimento intuitivo mais perfeito, o modo da satisfação que é dado aos sentidos como parte da fruição estética. Nesse sentido, o filósofo destaca que a luz torna possível a visão e possui “beleza própria [ela] faz efeito, esteticamente, por si mesma (...) sendo o correlato e a condição do modo de conhecimento mais perfeito, o único que não afeta de imediato à vontade, ou seja, a visão”.[7] Ele alega ainda que, decorre disto, o sentimento de satisfação pelo puro conhecimento intermediado pela visão na base dos processos subjetivos daquele que vê e que isto é a alegria do belo que caracteriza o mero subjetivo na satisfação estética. Acrescendo ainda que, “com esse lado subjetivo da contemplação estética sempre entra em cena simultaneamente, como correlato necessário, o lado objetivo, o conhecimento intuitivo da Ideia”.[8]

É, pois, tão somente no homem que a vontade pode se aplicar desinteressadamente a contemplação de si mesma pelo conhecimento objetivo, ou aquele que se dá mediante a intuição estética.

Podemos afirmar sem qualquer desrespeito à filosofia de Schopenhauer, que a intuição estética está para o artista, na mesma medida da clarividência do santo – neste trabalho a expressão Olho cósmico da mística será tomado em sentido idêntico - ambas, são perfeitamente aptas ao conhecimento objetivo do mundo, seguindo-se a hipótese de que aquilo que diferenciaria a conduta do gênio esteta e do santo, ou a base teórica da terceira e da quarta seção de O mundo como vontade e como representação, é mais uma opção por um modo de vida distinto do que, propriamente, um estado mais ou menos duradouro na intuição cósmica.

Portanto, há, para Schopenhauer, um estado ideal, no qual o espírito humano torna-se pleno de satisfação pela anulação da vontade que propicia o conhecimento mais objetivo do real. O conhecimento objetivo, o da intuição estética, proporciona adentrar ao domínio da plena liberdade; momento ‘divino’, ainda que fugaz por que: uma vez recobrada a consciência da vontade de si, esfuma-se a satisfação que volta a ser anulada pelo desejo.[9]

 “Toda coisa é bela”.[10] Evidencia-se disto, o fato de que tudo que há no mundo manifesta uma ideia própria. A coisa isolada pelo artista funciona como um tipo de portal visual pelo qual o observador se projeta na ideia, por meio da intuição estética, ou, o estado da intuição pura.

Desse modo, o mundo como vontade ou da coisa-em-si se abre ao modo de conhecer desinteressado que o olhar cósmico da experiência estética proporciona. Portanto, o mundo pode ser conhecido, acessado de uma maneira livre de todo sofrimento, ainda que por breve período de tempo, porque a vontade de vida imperativa no homem, ainda que de vida de sofrimento vão, não se submete totalmente a uma supressão momentânea do tempo e do espaço, e que não pode subsistir sem seu foco no princípio de causalidade ou de razão.

Contudo, a libertação da prisão do desejo, quando ocorre, é sempre fugaz, como num insight de pura contemplação oriunda da fruição estética do belo. Esse estado ou modo muito peculiar de ver o mundo liberta o homem, propondo a possibilidade de uma vivência mais essencial.

Por fim, destacamos que o autor buscou elementos da religiosidade (Vedanta) e mística indiana, além de destacar outras culturas e civilizações antigas para melhor explicitar a sua metafísica.


  1. JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS

             Partindo das considerações schopenhauerianas acerca da essência do mundo e do valor dos fenômenos religiosos na Metafísica do Belo (assunto já desenvolvido na minha dissertação de mestrado e em capítulo de livro já publicado) - também verificados, de modos distintos, mas, não propriamente divergentes noutras filosofias, tanto na pautada em elementos da literatura judaico-cristã (Mística filosófica de Jacob Boehme, por exemplo) como nas vertentes sapienciais da Cultura Oriental (Fragmentos dos Upanishads e do Tantra, por exemplo) - este discurso crítico considerará a importância místico-estética dessas expressões antigas na atualidade.

            Pretende-se a efetuar um olhar com discernimento, uma crítica à tese do pior dos mundos possível. Neste procedimento, o diálogo com o Tantra será decisivo para se desenvolver uma crítica vinda ‘de fora’ mas que incidirá sobre a filosofia de Arthur Schopenhauer naquilo concernente ao modo de conhecimento do gênio artístico e do gênio ético (santo ou sábio), modo viabilizado pela noção de Olho Cósmico/Olho de Shiva.

             Sabemos que já é bastante difundido o elo entre o pensador germânico e a tradição Vedanta. Este elo é o que reforça o pessimismo inato do autor e a sua tese do pior dos mundos, por isso, partiremos de noções como mirada metafísica, Olho cósmico da mística e superação do principium individuationis, por exemplo, que foram utilizadas por Schopenhauer no seu diálogo com o pensamento indiano.

            O estudo do Tantra visa a desenvolver um discurso que coloque em xeque a hegemonia da tese do pior dos mundos, a partir da noção de conhecimento não-dual e de Olho de Shiva.

             Como tanto a afirmação do prazer e da vontade (pela via afirmativa no Tantra) quanto a negação da vontade (pela via negativa do Vedanta), ambas, dependem do conhecimento de si, nós examinaremos esse conhecimento mais detidamente, junto à tradição do Tantra e de modo a poder demonstrar que a via negativa da compaixão, ainda impregnada do ranço Vedanta /cristão, desnecessariamente, tornou-se muito popular e recebeu grande adesão na filosofia do ocidente.

            Somente filósofos do quilate de Nietzsche ousaram desenvolver críticas relevantes aos males dessa compaixão geradora da sensação constante de se estar vivendo no pior dos mundos.

            A superação do egoísmo e a tomada de um posicionamento compassivo diante do mundo não significa dar-se, somente e necessariamente, mediante uma opção pelo ascetismo (da tradição do Vedanta), a via da imersão positiva / afirmativa no mundo do desejo (conforme a tradição do Tantra). Assim, evidencia-se que este mundo pode ser tomado como o melhor dos mundos possível, como diria, por exemplo, o filósofo Leibniz (1646-1716) para quem Deus teria criado o melhor dos mundos possível.

            Muito embora a tese de Leibniz possa ser classificada como cristã/teísta, portanto, destoante do nosso escopo, ela, contudo, exemplifica bem aquilo a que almejamos, isto é, apresentar a possibilidade de superação do sofrimento/ignorância/ilusão do homem no mundo com base não no vedantismo pessimista de Schopenhauer, mas, sim, num tipo de noção que podemos chamar provisoriamente de tantrismo otimista ou nem otimista e nem pessimista.

            Por fim e em resumo, a abordagem pessimista do mundo apresentada pela filosofia germânica da modernidade será criticada de modo que elementos metafísicos do Tantra deverão servir para demonstrar que a hegemonia aparente de uma abordagem péssima da vida humana no mundo pode ser contraposta por uma visão que compreenda o mundo sem dualismos. Desse modo, a noção de liberdade poderá ser apresentada com base em elementos da tradição filosófica indiana, como o fez Schopenhauer, contudo, a possibilidade de o ser humano poder encarar a vida de modo menos pesaroso será apontada a partir do Tantra e como proposta de superação da Metafísica do sofrimento do mundo (que se embasou em uma leitura da tradição Vedanta).

            Embora o ponto de partida seja o pessimismo metafísico de Arthur Schopenhauer, não pretendemos tratar exclusivamente de O mundo como vontade e como representação, antes. Intenta-se aqui uma proposta crítica para superação do pessimismo metafísico que se valeu de elementos do Vedanta para fortalecer seus argumentos.


2.1.      OBJETIVOS DO TRABALHO

 

I-                   Objetivo Geral:

            Estudar com profundidade os textos mais significativos das escolas de pensamento em escopo, com relação à temática em questão partindo, principalmente, da terceira e da quarta seção de “O Mundo como Vontade e como Representação”, a fim de dialogar com a metafísica comportamental e sabedoria do Vigyan Bhairav ​​Tantra, apresentando elementos favoráveis a um entrelaçamento teórico, uma dialógica, a partir das noções já enunciadas e considerando uma saída, uma proposta para interpretação da ideia de humanidade e de sofrimento, com vista à superação da tese schopenhaueriana do pior dos mundos possível.

 

I-                   Objetivos específicos:

 

1 - Estudar detalhadamente o Vigyan Bhairav ​​Tantra;

2 – Estabelecer um diálogo com a metafísica do belo, a partir da consciência não-dual de que trata o Vigyan Bhairav ​​Tantra  e que é imensamente próxima daquilo que, na metafísica do belo, ocorre com a consciência humana após a superação do principium individuationis.

3 - Expor a possibilidade de desenvolvimento de uma crítica da tese do pior dos mundos e da abordagem schopenhaueriana da cultura indiana (que ele o fez pela via Vedanta), por meio de elementos metafísicos de convergência entre Tantra e metafísica do belo, cuja viga mestra é: a noção de Olho Cósmico / Olho de Shiva / Conhecimento não-dual;

4 - destacar a relação de Schopenhauer com a cultura indiana na qual se insere a tradição Tantra.

3. METODOLOGIA PREVISTA

 

A metodologia para o desenvolvimento deste projeto se fundamentará no método de análise crítica comparativa das informações documentadas e catalogadas a partir das obras dos principais atores e estudiosos que discorreram acerca da temática em questão, visando a uma hermenêutica clara, objetiva e relevante.

Através da investigação e ordenação cuidadosa das diversas interpretações reunidas na pesquisa se pretende a atingir uma conclusão viável ao interesse deste trabalho, dadas as consequências tiradas do material que será examinado, isto é, por indução, a partir da análise crítica da disposição ordenada dos enunciados gerais.

 

4. CONTRIBUIÇÃO ESPECÍFICA À ÁREA DE ESTUDOS

 

            Os resultados deste estudo poderão contribuir como material de pesquisa sobre estética e mística germânica e sobre o Tantra em língua portuguesa, por exemplo. O texto final será fundamental, principalmente para estudos introdutórios neste âmbito.

            As teorias de Schopenhauer, principalmente no campo da estética e da ética moderna, foram decisivas para fomentar o desenvolvimento do diálogo entre a filosofia ocidental e a sabedoria do Oriente. A importância da cultura indo-tibetana no campo filosófico e religioso para a cultura global é indiscutível, principalmente nos nossos dias, com o surgimento de novos modelos de realidade como os propostos pelas atuais teorias da Mecânica quântica, por exemplo.

            O fato de haver raríssimos estudos relacionando as teorias estéticas alemãs à filosofia do tantrismo, por si só, assegura a relevante contribuição que a futura tese de doutoramento poderá oferecer a outros pesquisadores interessados em iniciar pesquisas nesta área e poderá trazer importante contribuição para o desenvolvimento de outros estudos que venham a confrontar a estética, a mística e o conhecimento não submetido ao princípio de razão, como tratado por Schopenhauer na sua metafísica do belo e como já apontavam muitos textos clássicos do hinduísmo. Contribuindo, ainda, para futuras investigações das tensões e da mútua relação entre Filosofia, Teologia e Ciência da Religião, onde podemos considerar o discurso da estética e da mística como participantes do espectro multidisciplinar da Ciência da Religião e um exemplo da contribuição que pode dar à filosofia da religião, no processo da aproximação da visão de mundo da cultura ocidental com a do Oriente, fomentando uma visão holística que contribua para a paz e o respeito entre os povos.

 
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6.1. OUTRAS REFERÊNCIAS

 

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BHAGAVAD-GITA (O). O som de Deus. Tradução para o português de Ramananda Prasad e Swami Krisnapriyananda Saraswati. (American/ International Gita Society) Translated in Portuguese. Versão em PDF.

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LAOZI. Dao De Jing [TAO TE KING]. Organização e tradução do chinês de Mario Bruno Sproviero. São Paulo: Hedra, 2007.

MULLIN, Glenn H. The Practice of Kalachakra.

NAGARJUNA. Versos sobre lós fundamentos del camino médio (Mlamadryamakkarika). Barcelona: Editorial Kairós, 2003.

REIGLE, David. Kalacakra Sadhana and Social Responsibility. Spirit of the Sun Publications, 1996.

SIVANANDA, Swami. A Ciência do Pranayama. O controle da respiração na prática do Yoga. Tradução de Nair Lacerda. Ed. Pensamento: São Paulo, 1993.

SIVANANDA, Swami. El Señor Shiva y Su adoración. (VersãoPDF)

STODDART, William. O budismo ao seu alcance. Tradução do original inglês “Outline of Buddhism” de Alberto Vasconcelos Queiroz. Rio de Janeiro: Nova Era, 2004.

SOPA, Geshe Lhundub et al. The Wheel of Time, the Kalachakra in context., Snow Lion, 1985.

TAIMNI. I.K. O homem, Deus e o Universo. Tradução de Milton Lavrado, Maria Luiza Lavrado e Waniza C. Lins. São Paulo: Editora Pensamento, 1969.

“TAOIST MEDITATION. Methods for Cultivating a Healthy Mind and Body”. Translated and compiled  by Thomas Cleary. Tradução para o português de Giancarlo Salvagni: Shambala Ed., 2000.

TEXTOS BUDISTAS E ZEN-BUDISTAS. Seleção, tradução, introdução e notas de Ricardo M. Gonçalves. São Paulo: Ed. Cutrix, 1993.

TINÔCO, Carlos Alberto. O Pensamento Védico: Uma introdução. São Paulo: IBRASA, 1992.

TSONG-KA-PA. A grande exposição do Mantra Secreto. Tradução de Mario Muniz Ferreira. Editora Pensamento: São Paulo, 1989.

TUCCI, Giuseppe. Apología del taoísmo / Giuseppe Tucci. Traducción de Ballesteros de Martos. Buenos Aires: Dédalo, 1976.

TULKU, Tarthang. Gestos de Equilíbrio. Guia para a percepção, a autocura e a meditação. Tradução de Otávio Mendes Cajado. Editora Pensamento: São Paulo, 2004.

TULKU, Tarthang. Org. Caminhos para a iluminação. Ed. Dharma: São Paulo, 2004.

WALLACE, Vesna. The Inner Kalacakratantra. Oxford: University press 2001.

ZIMMER, Heinrich. As filosofias da índia. Ed. Palas Atenas: 1986.

 

 

6.2. OBRAS DE SCHOPENHAUER:

 

SCHOPENHAUER, Arthur. A arte de conhecer a si mesmo. Organização e ensaio de Franco Volpi. São Paulo: Martins Fontes 2009.

___________________. A arte de ser feliz. Organização e ensaio de Franco Volpi. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

___________________. A arte de ter razão. Organização e ensaio de Franco Volpi. São Paulo: Martins Fontes 2009.

___________________. Aforismos para sabedoria na vida. Tradução do original e prefácio de Genésio de Almeida Moura. São Paulo: Melhoramentos, 1956.

___________________. El Mundo Como Voluntad y Representacion, Tomo I. Cuidad de México: Editorial Porrúa, S.A., 1992.

___________________. El Mundo como Voluntad y Representación. Tomo II. (Complementos). Tradução para o espanhol de Eduardo Ovejero y Maury. Buenos Aires: Librería El Ateneo, 1950.

___________________. Arthur. Los dos Problemas Fundamentales de la Ética. Traducción, introducción y notas, Pilar López de Santa Maria. SIGLO XXI DE ESPAÑA EDITORES, S.A: Madrid, 1993.

___________________. Metafísica de las Costumbres. Trad. Roberto Rodríguez Aramayo. Madrid. Editorial Debate. 1993.

___________________. Metafísica do Belo. Tradução, apresentação e notas de Jair Barboza. São Paulo: Ed. Unesp, 2003.

___________________. O Mundo como Vontade e como Representação, Tomo I. Tradução, apresentação, notas e índices de Jair Barboza. São Paulo: Ed. Unesp, 2005.

___________________. Parerga e Paralipómena. Vol. II Traducción, introducción y notas de Pilar López de Santa María. Madrid: Editorial Trotta, 2009.

___________________. O Mundo como Vontade e Representação (Livro III), Crítica a Filosofia Kantiana, Parerga e Paralipomema. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Ed. Nova Cultural, 1988.

___________________. Parerga e Paralipomena. (Capítulos V, VIII, XII, XIV). Seleção e tradução de Wolfgang Leo Maar. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Ed. Nova Cultural, 1997.

___________________. Sobre a essência íntima da arte. Capítulo XXXIV dos Complementos ao Mundo como Vontade e como Representação. Tradução de Jair Barboza. In Trans/Form/Ação, número 23. São Paulo, 2000, PP. 127-129.

___________________. Sobre a Visão e as Cores. Tradução de Erlon José Paschoal. São Paulo: Ed. Nova Alexandria, 2003.

___________________. La Libertad. Nueva Biblioteca Filosófica TOR. Tradução para o español. Sem data de publicação.

___________________. Sobre la Libertad de la Voluntad. Tradução para o espanhol de Eugenio Ímaz. Madrid: Alianza Editorial, 2002.

___________________. Arturo. Sobre La Qradruple Raiz del Princípio de Razón Suficiente. Tradução do alemão por Vicente Romano Garcia. Introdução de Juan Martins Ruiz-Verner. Buenos Aires: Aguilar Argentina S.A de Edições, 1980.

___________________. Sobre la Voluntad en la Naturaleza. Tradução para o espanhol de Miguel de Unamuno. Buenos Aires: Ediciones Siglo Viente, s/d.

___________________. Sobre o Fundamento da Moral. Tradução de Maria Lúcia Mello Oliveira Cacciola. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 2001.

___________________. Fragmentos para a História da Filosofia. Tradução, apresentação e notas de Maria Lúcia Cacciola. São Paulo: Ed. Iluminuras, 2003.

 

6.5. OUTRAS REFERÊNCIAS DE APOIO

 

BOEHME, Jacob. A aurora nascente. Trad. Américo Sommermman. São Paulo: Paulus, 1998.

BÖHME, Jacob, A Revelação do Grande Mistério Divino, tradução e notas de Américo Sommerman, Polar Editorial, São Paulo, 1998.

 

BÖHME, Jacob, A Sabedoria Divina, tradução e apresentação de Américo Sommerman (a edição inclui A Vida de Jacob Böhme, por Abraham Von Frankenberg, e O Sistema de Jacob Böhme, por Adam Mieckwicz), Attar Editorial, São Paulo, 1998.

LEIBNIZ. Monadologia. In: Leibniz. Discurso de metafísica e outros textos.Trad.

Nicolescu. Basarab / Boehme, Jacob. CIÊNCIA, SENTIDO E EVOLUÇÃO /  OS SEIS PONTOS TEOSÓFICOS. Attar Editorial, São Paulo, 1998.

NIETZSCHE, Friedrich W. A Gaia Ciência in Nietzsche, Coleção Os Pensadores, Editor Victor Civita, 1978.

NIETZSCHE, Friedrich W. A origem da Tragédia. Tradução, notas e posfácio de J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras. 2005.

NIETZSCHE, Friedrich W. O livro do filósofo. Tradução: Rubens Eduardo Ferreira Frias. São Paulo: Centauro, 2004.

 

6.4. WEB

 



 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 





[1] Cf. SCHOPENHAUER, 2003, p. 15, linhas 14-22. Sobre a verdade da intuição estética ou conhecimento objetivo.
[2] Aqui se insere um conceito bastante interessante que remonta, dentre outras noções ao longo das culturas humanas, ao Ajnâ chacka, um ponto localizado entre as sobrancelhas, muito conhecido da cultura do Yôga indiano, muitas vezes denominado de Olho de Shiva; ao antigo Olho de Hórus dos egípcios que acreditavam que a Águia era filha do Sol e da Lua, ela depositava os ovos no alto da montanha, durante a noite e que o Faraó vigiava o seu povo pelo olho da águia, o animal que voa mais alto e por mais tempo. A divindade associada a isto é Atum-Rá e a representação gráfica desta crença foi, mais tarde, chamada de Olho de Hórus. Esta figura foi encontrada no peitoral de Tutancamon no invólucro da múmia, e pode ser visitada no Museu Egípcio do Cairo. Posteriormente, a antiga mística cristã se referia ao Olho da Providência, ou, pelo viés alquímico o Olho que tudo vê. A mística filosófica de Jacob Boehme (1575-1624), autor de obras famosas como As quarenta questões sobre a alma, quarta obra escrita pelo Príncipe dos filósofos divinos, ele é considerado o primeiro filósofo alemão. Ele é citado por Schopenhauer quando faz referência ao Olho cósmico da mística. Atualmente, a astronomia contemporânea nomeou Nébula Hélix, uma nebulosa que fica a 700 anos-luz da Terra, na constelação de Aquário, como ‘Olho de Deus’ ou ‘Olho Cósmico’.
[3] Cf. SCHOPENHAUER, 2003, p. 66 (N.T). Vidi 8a. Carta sobre o dogmatismo e o criticismo. In SCHELLING, F. von. Cartas filosóficas sobre o dogmatismo e o criticismo. São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Os Pensadores).
[4]  Olho cósmico ou sujeito puro do conhecimento é o estágio final de consciência que consiste unicamente no conhecimento imediato da essência do mundo, isto é na consciência que se elevou ao estado não-dual. Portanto, felicidade e infelicidade, são estados ilusórios superados e que desaparecem, como disse Schopenhauer: “Tudo isso provém do fato de que, no instante do abandono ao intuir puramente objetivo, libertamo-nos de todo querer, e, com isso, como que entramos num outro mundo, onde tudo o que antes excitava a Vontade e nos abalava tão veementemente desaparece”.  In SCHOPENHAUER, 2003, p. 94.
[5] SCHOPENHAUER, 2003, p. 66.
[6] SCHOPENHAUER, 2003, p. 99.
[7] Idem p. 98. Este é o nível de total ausência da consciência cognitiva. Esta é a dimensão a ser explorada, a da intuição estética. Nela, a própria essência da imanência daquilo que somos é revelada no sujeito do puro conhecer.
[8] Ibidem p. 98.
[9] Originalmente, estamos a serviço da Vontade no que concerne ao conhecimento empírico em geral. A fugaz satisfação de um determinado saber não pode calar a Vontade cósmica. Desse modo, na medida em que avança o hábito, pela repetição contínua do desejo, decresce o contentamento. Todo desejo de contentamento é poço sem fundo, é depressivo. O sujeito do querer é o principal adversário do sujeito do puro saber, e, o sofrimento é perpetuado no mundo pelos sujeitos da Vontade. Uma diferenciação da liberdade fugaz do artista e da duração da clarividência do santo fica seriamente comprometida mediante a noção de Nunc stans.
[10]  In Metafísica do Belo - 2003, p. 121.

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