Dos vivos e dos homens

Dos vivos e dos homens

Os homens não vivem,
Apenas possuem
Consciência de morte
Na dor que sentem.
Eles não vivem,
Apenas especulam e esperam,
Distraem-se,
Antes que venha, novamente, dor.

Quero fazer o que não fez o meu pai:
Ser mais do que um simples pai.
Não quero ser Deus; é absurdo!
Só quero me superar como homem.

Os homens são pouco.
De tudo o que eu vi, e do que li, conclui que é pouco.
Homem é só isso: muito pouco...

Eu-prefiro ser-vento,
Ser fenômeno presente e invisível
Não como um fantasma; é absurdo!
Eu-prefiro ser fenômeno,
Do tipo não visível, não cognoscível.
Ser-mistério
Mas não quero ser Deus; é absurdo!
Superar-me como homem,
Pois eu vi em vários velórios
Que o homem é um quase-nada.
Eu-prefiro ser morte,
Divisor de águas,
Mal necessário e
Fenômeno não observável.
Eu-quero ser-a-vida:
Outro divisor de águas e
Um bem necessário,
Outro fenômeno não observável.
Não saber
Quando fato vem,
Tampouco quando se vai;
Ou o quê surgiu primeiro.
 Morte-vida:
Duas faces da velha moeda.

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